nunca vi um corvo, nunca.
pernas inventam caminhos,
as curvas. os braços não
descansam, cavam covas.
cibele, deusa-leoa, toca
harpa e alimenta harpias:
música da urgência das orgias.
gregor samsa ainda sonha
com birutas indicando
passeios dos quatro ventos.
tigelas dos monges mendicantes
cheias de arroz e silêncio.
há um sofá, perto da árvore.
em noite de lua, milarepa
esquece a vingança e lança
canções no ar para as formigas.
pela manhã, de três sendas,
uma é certa: o profeta
amanheceu morto, louco
ou se tornou poeta.
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