não há cadeados para o afeto, a respiração segue
envolvendo a montanha e os ciclos lunares. ergue
os olhos e vê os vultos das plantas professoras,
árvores ensinando em silêncio, cio lento da seiva.
vai, seja a poeira e os pés, pêndulos pendurados
no teto do mundo, oscilando entre o riso e o choro.
mastiga as flores e as raízes, escapa das tocas
do egoísmo: há sabedoria selvagem no encontro.
almas incendiadas se olham longamente, riem
enquanto amanhece, enroscam mãos e pernas,
beijam os pés, as costas, os antebraços, línguas
andam na origem do mundo em seus corpos nus.
águas cristalinas nas retinas, breu da voz na garganta:
gemidos, sussurros, posições das estrelas do fogo.
aurora e abertura da aventura. ciclistas que furam
os bloqueios e fluem por lugares sem nome, sonham.
Nenhum comentário:
Postar um comentário