sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

hoje li no outdoor de uma empresa
de cerâmicas azulejos e privadas
que o ponto de partida é acreditar

então eu tô
fudido


coração cheio de dúvidas mais pesado
que um lutador de sumô nas férias

estou desempregado numa cidade nova e nenhum
poema abriu uma porta de emprego nem
bateu um prego numa barra de sabão

nenhuma mágoa, a vida é coice no queixo
e eu deixo algumas moedas de sorte
no concurso que farei para coveiro

ou isto ou fazer renda num táxi alugado pela madrugada
ou o sol quente debaixo do qual irei rasgar poemas
e perambular de bicicleta vendendo água

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