quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
dia e noite se encontram no amor? como não alimentar a ansiedade se ela é
um bicho que come de tudo, até lixo? talvez encontrando por acaso os
cantos órficos de dino campana num shopping, talvez virando fumaça na
tarde de mormaço, talvez exercitando as noventa e nove maneiras de ficar
em silêncio, talvez costurando no peito as palavras de calma da água.
há moedas de dez centavos observando as chuvas, há um rádio de pilha
sintonizado numa transmissão de futebol de cegos, há fantasmas
balançando na rede. aí batem na porta testemunhas de jeová. é a segunda
vez que aparecem este mês e virão novamente. fiz com que a conversa
girasse sobre alienígenas, poesia e o planeta terra. eu não sei de muita
coisa, mas desconfio que é suficiente tomar cerveja em boa companhia
para que o mundo continue rodopiando. e logo dobraremos as esquinas em
que um abraço apaga as perguntas. e será carnaval e nossas bocas tocarão
asas vivas.
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