é engraçado como ainda vejo teu corpo ao meu lado. eu guardo comigo esse teu
rosto acordando e a minha mão sobre tua pele. eu te carrego comigo. você parece
uma profecia estranhamente embriagada e eu me cubro de uma fé despretensiosa e de
afeto. eu não crio abismos pra te assustar. canto o teu nome baixinho pra dizer
que sou eu que te afago e falo teu nome. e isso eu não sei dizer sem milagres.
você ri e fica um pouco longe. mas eu sei que você me entende. você segura minha
mão e olha o meu antebraço. somos esse início. a abertura. um rasgão na aurora.
algo bonito e doce como os sons dessa casa. você já sabe meu nome mas ainda não
viu a chuva comigo. então vem e fica perto. vamos amanhecer. adormecer. com a voz
descansando no rosto do outro. nesse quase-silêncio nosso. sem nome. ainda
estranhos mas alegres. e saindo como o sol e o brilho da lua. um caminho que
desenho no antebraço. pra você vir ver de novo. e de novo. como a chuva que
cai agora sobre mim.
Um comentário:
bonito belo beleza
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